sábado, 21 de fevereiro de 2015

QUE DESAFIOS SE COLOCAM À BIBLIOTECA ESCOLAR NO CONTEXTO DA WEB 2.0?

Vivemos numa sociedade de informação, que exige novas habilidades, nomeadamente a construção do conhecimento e que é marcada por progressos tecnológicos na área das TIC, o que tem originado mudanças significativas na nossa forma de estar e de interagir com o outro. Neste contexto, o agente educativo deixa de ter “o monopólio do saber” e passa a ter o papel de “consultor da aprendizagem” (Furtado, 2009:137), sendo essencial a mudança de práticas e estratégias pedagógicas através da utilização das ferramentas da WEB 2.0, metodologias mais ativas e interativas, que permitirão aos alunos aprender a aprender, contribuindo assim para uma aprendizagem centrada “na individualidade de cada estudante, em um contexto coletivo e cooperativo, onde educadores e educandos constroem o conhecimento e o processo de aprendizagem ocorre a partir de fontes distintas e de formas diversificadas” (Furtado, 2009:137). Neste contexto, as BE devem ter uma preocupação constante de atualização, promovendo um novo conceito de BE - Biblioteca 2.0. Que passos têm, então, de ser dados pelas BE rumo a esta conceção de biblioteca? 
Antes de mais, é essencial perspetivarem a necessária rutura com a sua conceção tradicional (um espaço que disponibiliza informação e recursos organizados) para se tornarem “numa rede multimídia de informação (…), um centro de referência digital” (Furtado, 2009:137). Tanto as suas coleções como os seus serviços devem conter componentes vídeo, áudio, realidade virtual… 
Além disso, devem procurar a inovação e acompanhar a mudança, transformando-se numa estrutura educativa essencial para a construção do conhecimento dos indivíduos (paradigma educacional humanista), através da adaptação dos seus serviços aos utilizadores no acesso e utilização da informação, e inscrevendo-se no paradigma da Biblioteca 2.0, que implica uma alteração na relação utilizador-informação-biblioteca. De facto, a Web 2.0 implica mudança na conceção do utilizador da informação, na medida em que “além de utilizador, ele é também autor, editor, organizador e classificador da informação” (Furtado, 2009: 136). 
É fundamental que as BE alterem a sua atitude relativamente à sua relação com as tecnologias, transformando-se em bibliotecas interativas, usando “a tecnologia como meio para se relacionar com usuário, a partir de uma relação aberta e igualitária, numa atitude participativa” na construção dos conteúdos (Furtado, 2009: 138-139). Por outras palavras, afigurarem-se como “um lugar onde alguém pode não apenas procurar por livros e revistas, mas interagir com uma comunidade, com um bibliotecário, e compartilhar conhecimento e entendimento com eles” (Maness, 2007:49). 
Várias são as ferramentas WEB que as BE podem colocar ao serviço de uma Biblioteca 2.0. Apesar de ainda estar no início de um longo percurso, procuro, como PB, recorrer a algumas dessas ferramentas, nomeadamente: i) às redes sociais - facebook da BE, que tem permitido uma relação próxima com os seus utilizadores, tem contribuído para a comunicação em ambas as direções – BE/utilizador, para a partilha de informação, para a dinamização de atividades…; ii) ao blogue, não apenas como recurso, mas também como estratégia (participação ativa do aluno; construção e reconstrução do seu conhecimento). De facto, a interação permitida pelo blogue possibilita aos alunos assumirem-se como agentes na construção do seu próprio conhecimento (partilhando saberes, pesquisas, trabalhos e reflexões), possibilita-lhes que, enquanto “consumidores de informação contatem com produtores de informação e tornem-se eles mesmos co-produtores” (Maness, 2007:47); iii) ao marcador social Diigo, que tem permitido a criação de uma biblioteca digital de sites (alojada no blogue da BE), afigurando-se como um apoio fundamental à realização dos trabalhos de pesquisa, pelos alunos; iv) à partilha de conteúdos através do Google docs, que tem permitido a sua criação e edição, numa perspetiva colaborativa; v)… 
Qualquer que seja o caminho trilhado pelo PB, o importante é que o mesmo revele uma atitude proativa, encarando o recurso às tecnologias como uma oportunidade para “extrapolar as barreiras de espaço e tempo” (Furtado,2009:138), ampliando assim o acesso à informação, e para atualizar a imagem e o papel da biblioteca, pois só assim poderá “atrair crianças e jovens, ter projeção e espaço na escola e na Sociedade da Informação. (Furtado, 2009: 137-138). 
Em suma, o grande desafio é QUERER, ACREDITAR, ENVOLVER-SE, pois a “Web 2.0 é uma atitude e não tecnologia” (Davis, 2005)

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